Teoria do Povoamento pelo Estreito de Bering
Esta teoria foi proposta inicialmente no ano de 1590 d.C. por José de Acosta e passou a ser aceita em 1930. Tal hipótese tornou-se aceita cientificamente entre os anos de 1928 e 1937, quando foram encontrados, em escavações arqueológicas nas proximidades da cidade de Clovis (Novo México), nos Estados Unidos, artefatos do mesmo tipo dos anteriormente descobertos na região da Beríngia. Atualmente, é consenso entre os especialistas que, durante a última era glacial, a concentração de gelo nos continentes fez descer o nível dos oceanos em pelo menos 120 metros. Esta descida provocou, em vários pontos do planeta, o aparecimento de diversas conexões terrestres, como, por exemploː Austrália-Tasmânia com Nova Guiné; Filipinas e Indonésia; Japão e Coreia.
Um destes lugares foi a Beríngia, nome que recebe a região que divide a Ásia da América. É nesta área que ambos os continentes se conectam. Devido a sua baixa profundidade (entre 30 e 50 metros), o nível baixo do mar colocou, a descoberto, um amplo território que alcançou 1 500 quilômetros, unindo as terras da Sibéria e do Alasca, aproximadamente 40 000 anos atrás.
Em sentido diverso à teoria Clóvis, que afirma que os seres humanos chegaram ao continente americano só depois de 11 500 anos atrás, arqueólogos descobriram, em escavações em Monte Verde (Chile), ossos que demostraram que os humanos ocuparam a América do Sul entre 14 500 e 18 500 anos atrás.
Teoria do povoamento pelo Oceano Pacífico
Walter Neves, um antropólogo evolucionário da Universidade de São Paulo, desenvolveu ao longo de vinte anos, a teoria que defende que o continente americano foi colonizado por duas ondas de Homo sapiens vindos da Ásia. A primeira onda de migração se acredita ter chegado cerca de 14 mil anos atrás e tinha sido composta por indivíduos com morfologia não mongoloide, semelhante à dos Aborígenes e aos africanos, de morfologia negroide. Esta primeira onda não deixou qualquer descendente. A segunda onda migratória se acredita ter chegado no continente cerca de 12 mil anos atrás, e os membros deste grupo tinham as características físicas dos asiáticos, de quem os modernos povos indígenas possivelmente derivam. Entretanto, em 2013 pesquisadores desenterraram instrumentos de pedra provando que os seres humanos alcançaram o que é hoje o nordeste do Brasil há aproximadamente 22 mil anos atrás. Uma investigação mais aprofundada e a medição de centenas de crânios da Serra da Capivara, incluindo o mais antigo, de uma jovem mulher que foi chamada de Luzia, levou Neves e outros arqueólogos a especularem uma incrível viagem por mar, da Austrália para o Brasil, que não teria sido realizada com conhecimento de rotas, mas por acidente. Niède Guidon, arqueóloga brasileira, pioneira das escavações, afirmou, há mais de duas décadas, que sua equipe tinha encontrado evidências na forma de carvão vegetal, a partir dos restos de uma fogueira, que os seres humanos tinham vivido na Serra da Capivara há cerca de 48 000 anos atrás.
Neves, no entanto, em entrevista ao Le Monde Diplomatique explica que não imaginou uma viagem direta, mas uma migração, que poderia inclusive ser pelo Alasca.
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